domingo, 20 de janeiro de 2008

Polêmica: Curiosidade pertinente.


Observei esse artigo escrito no dia 15/novembro/2007 pelo amigo Hédimo Jales (o capitão caverna), figura conhecida em meio aos alunos pré-vestibulandos em natal e também em Mossoró quando atuou como comentarista esportivo cobrindo os jogos de Potiguar e Baraúnas.Meu objetivo é colocar esse debate pra que o amigo do “bate bola com você” possa pensar o assunto e tirar suas próprias conclusões, para isso levantando os mais variados argumentos possíveis.

EU SOU ABCISTA!

Não me sinto tão seguro quanto ao fato, mas a informação de que sou conhecedor, dentre tantas, é a de que, por conta de certa notícia envolvendo uma aliança entre a Argentina, Brasil e Chile, ficou decidido criar aqui em natal um clube de futebol - a data a mim não importa para o objetivo do texto - e o entusiasmo daquele momento fizeram os idealizadores do projeto optarem por ABC Futebol Clube para nomear a mais recente agremiação esportiva. Algum tempo depois, haveria de surgir algo que caracterizasse a rivalidade,algum clube que despertasse no torcedor natalense e norte rio-grandense de modo geral o interesse pelo futebol e o desejo de ver a disputa, a concorrência e a confirmação do melhor, do verdadeiro representante do nosso futebol, aquele que, de certa forma, representaria as cores do estado do Rio Grande do Norte em âmbito nacional.

Como o "ABC" era a representação de apenas três países do continente americano - Argentina, Brasil e Chile - surgiu a idéia de criar algo mais poderoso e que envolvesse melhor o torcedor desse estado. Assim nasceu o América Futebol Clube, o "eterno rival", a citada oposição, o espírito de competição. A importância deste se verifica a partir do momento em que pretendeu representar não apenas três países e sim todo o continente americano.

O problema agora é como tratar o torcedor de um ou de outro. O do América é simples, pois segundo a unanimidade dos dicionaristas, americano é todo aquele que nasce na América, é tudo aquilo que é relativo á América, e no tocante ao futebol é todo aquele que é admirador, seguidor ou torcedor do América. Como então identificar o torcedor do ABC futebol clube? Com nenhum demérito aos partidários alvinegros, iniciemos a explicação por meio do Clube de Regatas Flamengo. Pegou-se a palavra "Flamengo" e a ela acrescentou-se o sufixo grego "ista" que, no caso significa: um.Partidários ou seguidores - daquilo que é moderno - modernista, do positivo - positivista, do flamengo – Flamenguista. 2 - Ocupação, ofício ou profissão - artista, dentista, comentarista, jurista. 3 - Origem ou naturalidade – nortista - paulista, sulista, santista.

Se o nome do clube é "ABC", seu torcedor, seu seguidor, aquele que é partidário do "ABC" é um Abcista, quando muito, além disso, um Abecista. Gramaticalmente não seria e nem é prudente nomear a "massa”, a "frasqueira", "multidão" alvinegra rio-grandense-do-norte, Abecedista porque o nome do clube não é e nunca foi “ABCD”; se o fosse, eu permaneceria como sempre estive: calado! Não importa há quanto tempo o ABC Futebol Clube foi fundado e menos ainda se o idealizador imaginou e registrou que o adepto, o seguidor do "mais querido" seria o abecedista. Se ele assim procedeu, fez de modo equivocado.

Se há noventa anos que o torcedor alvinegro é assim tratado, há noventa anos que ele é desrespeitado, maltratado. É, portanto, chegada a hora de se fazer justiça. O torcedor do ABC é um Abcista e ele se orgulha disso. Vejamos por que disso!

De acordo com o dicionário da língua portuguesa assinado por Antônio Houaiss, ABC é substantivo masculino. 1- Diacronismo: Arcaico. Antiga marca notorial constituída por letras maiúsculas (quer pelas três primeiras, quer por quantas fossem necessárias), que dividida um instrumento (de compra , prazo e etc.) duplamente lavrado em um mesmo pergaminho ou folha de papel, e servia para comprovar a legitimidade da cópia, depois das duas partes serem separadas;
2- Forma substantivada das três primeiras letras do abecedário, com que se designa o alfabeto;
3- (1437) derivação :sentido figurado. Os rudimentos da instrução primária; as primeiras noções de uma arte, de uma ciência, de um procedimento, de uma técnica, de uma doutrina e etc.
4- Derivação: por extensão do sentido. Cartilha ou livro de leitura elementar ou ainda, sistema de alfabetização baseada na silabação.
5- Região do estado de São Paulo em que há grande concentração de indústrias.6- Rubrica: literatura. Regionalismo: Brasil. Composição poética popular (ás vezes de cunho satírico) em que se celebram vidas de Santos, cangaceiros, feitos heróicos e personagens famosos, e na qual as estrofes começam sucessivamente pelas letras do alfabeto em sua ordem natural.
Abecedê é substantivo masculino, forma substantivada das quatro primeiras letras do alfabeto. Abecedense é adjetivo e substantivo de dois gêneros. Regionalismo: Brasil. Relativo à região paulista do ABCD (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do sul e Diadema) ou o que é seu natural ou habitante.

Por tudo, em fim, não há como defender que o torcedor alvinegro, aquele que optou por ser seguidor do time do estado do rio grande do norte seja algo diferente de abecista. Se ele é Abecedista, apresente-me o registro do clube ABC Futebol Clube na federação norte rio-grandense de futebol (FNF). Com a palavra, então, o senhor Alexandre Cavalcante, presidente da entidade. No mais, um fortíssimo abraço a todos, saudações alvinegras, alvirrubras, alviverdes, tricolores, e todas as quais constituem o nosso futebol!

(Por João Maria Fraga)

2 comentários:

Anônimo disse...

Graças a Deus Alguém me ouviu!!
Muito obrigado professor por essa mostra de cultura.
Parabéns pelo blog está muito bom!
Att:
Karlos Magno A. Tomaz
Abcista até após a morte.

Anônimo disse...

O certo é abCista mesmo, mas a tradição dificilmente sai das pessoas, então o termo abcDista está consagrado. Do mesmo jeito que está consagrado os 49 títulos, quando na verdade são 44.

Quanto ao América, na verdade não foi inspiração no continente, até foi, indiretamente, mas foi um grupo de natalenses que se inspirou no América do Rio de Janeiro. Na ápoca era uma tradição e um próprio dirigente do América do Rio, Belfort Duarte, sonhava criar um América em cada Estado brasileiro. Aqui no RN a cor do América quando foi fundado era azul, pra diferenciar do América carioca. Depois ficou com o tradicional vermelho.